segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Porte Ilegal de Celular!

Aconteceu! Haveria mesmo de acontecer! Depois de tantos boatos e reclamações de amigos e amigas, na universidade e nos encontros semanais. Todos diziam que estava acontecendo, que era normal, que eu tinha sorte de não ter sido atingido. Mas, isso terminou naquela sexta-feira, quando aconteceu:
UEFS/Maria Quitéria, Avenida Transnordestina, o ônibus parou e ela subiu: short jeans, camiseta verde, sandália baixa, porém, ao invés de um colar e um pingente de figa, portava (e acredito que a ideia de porte seja bastante pertinente!) um telefone celular.
Um telefonezinho de nada, cor de rosa, quadrado, mas com o poder de arrancar a paz de cristãos e não cristãos...
Dias antes, um amigo comentou que isso estava acontecendo em lugares públicos, em particular, no transporte coletivo de Feira de Santana. Pessoas com telefones ultra-amplificados obrigavam todos em volta a partilhar de seus gostos (ou desgostos) musicais. Inconformado, meu amigo dizia: “nunca ouvi nada que gostasse nessas horas, nunca ouvi uma canção sequer que me fizesse tolerar tamanha falta de respeito!”
Ah, o respeito! Assim que a garota sentou, ao meu lado, obviamente, o que confirma a veracidade das leis de Murphy[i], eu perguntei se ela poderia diminuir o volume do aparelho; ela, num sobressalto, quase gritou ao meu ouvido “O ÔNIBUS É PÚBLICO! Eu posso ouvir o que eu quiser”.
Direi agora o que não tive coragem de dizer naquela ocasião. O termo lugar público, ou coisa pública, sugere que, em algum lugar ou situação, os direitos e deveres se igualem para todos os sujeitos, a fim de que uma “paz” coletiva seja mantida. Se o ônibus, o Fórum, a fila no hospital, são locais Públicos, ou, públicos, aquela garota tinha tanto direito de ouvir música, quanto eu o de não ouvir. Como resolver este problema?
O americano John C. Koss, no ano de 1958, resolveu essa questão com a invenção do fone de ouvido, aquele aparelhinho inteligente é um mecanismo para a paz coletiva, imagino quantas guerras foram evitadas, graças ao senhor Koss! Quando a garota começou a falar comigo – falar não, berrar; para vencer o barulho do seu telefone eu abri a minha mochila, tirei meu aparelho de mp3, pus meus fones nos ouvidos, e sem agredir os ouvidos e os direitos de alguém pude ouvir música, durante o meu trajeto.
Contei tudo isso que estou partilhando com você, caro leitor, a outro amigo; ele riu muito e disse: “você está reclamando de barriga cheia, eu já paguei ‘ingresso’ para verdadeiras orquestras do horror!”.
Gostaria de não passar por isso novamente, gostaria que ninguém passasse por isso. Então, peço encarecidamente, pela alma do Sr. Koss, usem os fones de ouvido. Vocês têm o direito de ouvir o que quiserem, e eu tenho direito a um pouco de silêncio, e de não gostar de “Arrocha”!
Outro texto que ficou de fora do jornal!
[i] Pesquisar sobre a Lei de Murphy em qualquer buscador da Internet. (A única lei que merece crédito!)

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